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Manga reage: prefeito afastado de Sorocaba chama operação da PF de “nula” e fala em perseguição política

 


O prefeito afastado de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), não perdeu tempo em reagir ao próprio afastamento, determinado nesta quinta-feira (6). Em nota robusta, com seis assinaturas de advogados, Manga classificou a investigação da Polícia Federal como “completamente nula” e “fruto de perseguição política”.

A PF cumpriu mandados de busca, apreensão e prisão preventiva em mais uma fase da Operação Copia e Cola, que apura supostas irregularidades em contratos da prefeitura com uma organização social responsável pela gestão de unidades de saúde no município. Segundo os investigadores, há indícios de corrupção, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa — um cardápio completo de acusações capazes de abalar qualquer gestão.

Com o afastamento, o vice-prefeito Fernando Martins da Costa Neto (PSD) assumiu o comando interino da cidade. Nos bastidores, o clima é de incerteza: aliados de Manga falam em “excesso” da Justiça, enquanto a oposição vê o episódio como o início do fim de uma era.

Na nota, a defesa dispara contra o inquérito, alegando que ele foi conduzido por “autoridade manifestamente incompetente” e que não há “nada de concreto” ligando o prefeito aos supostos crimes. O documento ainda argumenta que os fatos investigados remontam a 2021, e portanto não teriam relação com o exercício atual do mandato — o que, segundo os advogados, tornaria o afastamento “temerário”.

“Trata-se de uma medida temerária baseada em ilações sobre supostas irregularidades investigadas”, diz o texto, que exalta o mandato de Manga como “legítimo e maciçamente conquistado nas urnas”.

O discurso da “perseguição política” virou o eixo central da narrativa de defesa — um recurso já conhecido na cartilha de políticos em apuros. Manga tenta emplacar a ideia de que a operação seria parte de um jogo de poder local, um movimento para enfraquecer seu grupo e desgastar sua imagem antes do próximo ciclo eleitoral.

Enquanto isso, a PF segue firme na linha de que os contratos da saúde foram firmados de forma irregular e que há um rombo milionário em jogo. A Justiça já determinou o bloqueio de R$ 6,5 milhões em bens dos investigados, além da suspensão de funções públicas.

No papel, o caso é técnico e jurídico; na prática, é profundamente político. Manga era tratado como um nome forte no interior paulista e vinha construindo uma imagem de gestor popular e midiático — algo que agora pode virar fumaça, dependendo do desenrolar das investigações.

Por ora, ele promete “lutar até o fim” e confia no “pleno restabelecimento da verdade”. A novela está apenas no primeiro capítulo, e, como toda boa história política brasileira, promete reviravoltas.

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