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Barroso anuncia aposentadoria do STF aos 67 anos e diz buscar “mais poesia” — dias após sanção dos EUA




O ministro Luís Roberto Barroso anunciou nesta quinta-feira (9) sua aposentadoria antecipada do Supremo Tribunal Federal (STF), em um discurso emocionado e cuidadosamente roteirizado, com direito a pausas dramáticas, água e aplausos finais. Aos 67 anos, Barroso decidiu deixar o cargo oito anos antes da idade limite de 75 — um gesto que surpreendeu até os colegas de toga.


O timing, no entanto, não passou despercebido: a decisão vem poucos dias após os Estados Unidos sancionarem autoridades brasileiras por suposta interferência em processos democráticos — e, curiosamente, Barroso apareceu entre os citados. Coincidência ou sincronia poética?


Durante seus 16 minutos de despedida, o ministro afirmou que deseja viver “com mais leveza e mais poesia”. Talvez a leveza venha justamente de sair do peso das manchetes internacionais e trocar o plenário por um cenário mais tranquilo — quem sabe uma praia, um livro de versos e um bom silêncio institucional.


No discurso, Barroso fez um balanço de sua trajetória, exaltando o papel do Supremo e relembrando decisões marcantes. Disse que cumpriu seu dever “com integridade e entusiasmo” e que agora deseja “uma vida mais serena”. O público, entre ministros e servidores, retribuiu com aplausos e olhares compreensivos — afinal, poesia também é saber a hora de sair de cena.


Nomeado em 2013 por Dilma Rousseff, Barroso presidiu o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde travou batalhas públicas em defesa da democracia e contra a desinformação. Agora, entrega a toga e deixa para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a tarefa de escolher seu sucessor — e, talvez, alguém com menos gosto por versos e mais resistência às intempéries políticas internacionais.


“Saio com o coração em paz e a alma leve”, declarou. Paz que, para alguns, parece vir em boa hora.

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