Crise nos bastidores: Sóstenes e Hugo Motta à beira de um rompimento político

 

A relação entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), chegou ao ponto mais tenso desde o início da atual legislatura. O estopim foi a discussão em torno de um destaque no PL Antifacção, que pretendia equiparar organizações criminosas ao terrorismo — pauta defendida com firmeza por Sóstenes.

Durante a votação, Hugo Motta foi taxativo ao afirmar que “nenhum destaque que faça essa equiparação vai passar nesta Casa”. A frase, dita em plenário e sem margem para interpretações, caiu como um balde de água fria no líder do PL, que considerou a declaração uma afronta direta à sua atuação.

Conversas suspensas e clima pesado

O episódio azedou de vez a relação. As conversas entre os dois parlamentares — antes frequentes e estratégicas — foram interrompidas após o embate. O clima ficou tão carregado que o deputado Sargento Zucco (PL-RS), líder da oposição, precisou entrar em campo como mediador, tentando reconstruir uma ponte que, por ora, parece frágil.

Nos bastidores, fontes relatam que Hugo Motta ficou especialmente irritado com a postura de Sóstenes durante a condução do destaque. O presidente da Câmara chegou a sinalizar que não pretende mais atender aos pedidos do líder do PL, o que acende um alerta dentro do partido, que conta com Hugo para avançar em diversas pautas da bancada.

Relação em xeque

A tensão entre os dois líderes expõe um racha que pode influenciar votações futuras e mexer no equilíbrio político dentro da Casa. Como ambos têm peso e articulação nas suas respectivas bases, aliados acompanham a crise com preocupação — e certa dose de expectativa sobre os próximos movimentos.

Por enquanto, o que se vê é um silêncio estratégico de ambas as partes, enquanto a articulação parlamentar tenta encontrar um caminho para evitar que o atrito vire ruptura definitiva.