A chamada “Crise dos Áudios” movimentou os bastidores da Assembleia Legislativa do Maranhão nesta quarta-feira (22). Deputados aliados ao governador Carlos Brandão (PSB) subiram o tom e saíram em defesa do chefe do Executivo, apontando uma suposta campanha de perseguição política promovida por antigos aliados do grupo dinista.
Durante a sessão, a base governista fez questão de destacar que o governador tem mantido a gestão em ritmo acelerado, apesar das pressões políticas e jurídicas que cercam o Palácio dos Leões.
O deputado Florêncio Neto (PSB) afirmou que as críticas da oposição “não se sustentam diante dos resultados concretos” do governo. “Brandão tem o social como prioridade. O Maranhão Livre da Fome e o Tô Conectado mostram o compromisso real com quem mais precisa”, disse o parlamentar.
O também socialista Davi Brandão reforçou que o governador segue firme mesmo sob forte ataque. “Se tivesse a tranquilidade que merece, o governo seria ainda maior. Mesmo assim, Brandão não para, continua levando obras e ações por todo o estado”, afirmou.
A deputada Mical Damasceno (PSD) foi direta ao criticar o que chamou de “tramas” de ex-aliados. “É o tempo todo tramando pelas costas, tentando impedir que o Governo Brandão dê certo. Mas o povo do Maranhão sabe o que está acontecendo e reconhece o trabalho sério que está sendo feito”, disparou.
Na mesma linha, Daniella (PSB) afirmou que o governador enfrenta “perseguições e processos injustificáveis”, mas mantém o foco em governar com responsabilidade. Ela citou o programa Órfãos do Feminicídio como exemplo da sensibilidade social da gestão.
A deputada Ana do Gás (PCdoB) também entrou no debate e denunciou o caráter político das ações contra membros do governo. “O que temos visto é uma pressão nunca antes vista. Basta observar o caso da companheira Cricielle Muniz, do PT, que vem sendo alvo de ataques justamente de quem antes a exaltava”, afirmou.
O deputado Catulé Júnior (PP) elogiou a postura equilibrada da presidente da Assembleia, Iracema Vale (PSB), que vem pedindo serenidade em meio ao clima tenso. “Iracema tem sido uma voz de maturidade nesse momento. É hora de diálogo e união, não de embates”, destacou.
Discurso dividido
Enquanto a base de Brandão defendia o governador e criticava o “uso político” dos áudios, a oposição preferiu o silêncio cauteloso. Parlamentares como Fernando Braide (PSD), Leandro Bello (Podemos) e Rodrigo Lago (PCdoB) apenas manifestaram solidariedade ao deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT), sem entrar no mérito das gravações ou das acusações.
Nos bastidores, a percepção é de que a “Crise dos Áudios” reacendeu antigas rivalidades entre brandonistas e dinistas, reconfigurando o tabuleiro político maranhense a menos de um ano das eleições municipais.

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