O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem reforçado a aliados sua intenção de disputar a Presidência da República em 2026, num momento em que o campo da direita começa a se reorganizar em torno de possíveis candidaturas. A movimentação ganhou novo fôlego após o Conselho de Ética da Câmara arquivar, na última quarta-feira (22), um processo que poderia levar à cassação de seu mandato.
A avaliação é da analista Clarissa Oliveira, no Live CNN, que destaca que o parlamentar enfrenta um cenário político delicado, especialmente após o aprofundamento das relações entre Donald Trump e o presidente Lula, o que teria reduzido o espaço de atuação de Eduardo nos Estados Unidos — uma das frentes políticas que ele buscava consolidar.
“A aproximação entre Donald Trump e Lula resultou em um esvaziamento da pauta do Eduardo Bolsonaro em solo americano. Pessoas ligadas ao filho do ex-presidente relatam um clima de desolamento em seu círculo mais próximo, embora ele mantenha um discurso resiliente sobre a presença do sobrenome Bolsonaro nas urnas em 2026”, analisou Clarissa.
Nos bastidores, há relatos de tensões familiares no clã Bolsonaro. Atritos teriam se intensificado entre os filhos do ex-presidente e Michelle Bolsonaro, que também é apontada por aliados como uma possível candidata. Segundo Clarissa, Eduardo Bolsonaro tem manifestado que, se não for ele o nome escolhido, sua preferência recai sobre o irmão Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que vem aumentando sua exposição na mídia e participando de mais eventos públicos.
Flávio é visto como uma alternativa mais viável dentro do grupo, especialmente por apresentar menos fragilidades jurídicas que Eduardo, que ainda enfrenta investigações que podem ter desdobramentos se ele voltar ao Brasil.
Apesar das movimentações, parte significativa da direita e do centro tem sinalizado apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que desponta como um nome de consenso e liderança administrativa. Essa divisão, no entanto, evidencia que o campo conservador ainda carece de uma estratégia unificada para a sucessão de 2026.
A definição de quem representará o projeto político bolsonarista — e a direita em geral — será decisiva para garantir competitividade nas próximas eleições presidenciais, em um cenário que promete ser de forte disputa interna e externa dentro do espectro conservador.
via: CNN
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